sábado, 6 de dezembro de 2008
ouvindo carlos gardel
Ao entramos no quarto do hotel, fez-me profundamente infeliz a parede que dava para a janela. Não importava mais a sua presença, a vertigem da véspera, a expectativa da vida inteira pela frente. Era só na parede que eu pensava, na parede a encobrir a paisagem, a fazer o quarto triste, cinza. A encher de nódoas a história sonhada e ensaiada tantas e tantas vezes ao longo dos anos. Descobri ali como detalhes fúteis, infinitamente fúteis e ínfimos, são capazes de arruinar minha frágil felicidade.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
5
Foi só andando naquela calçada e revendo tudo sem espanto que me dei conta do aniversário tão próximo. Voltei, então, às cartas antigas e descobri que lhe escrevi assim...
Você veio do nada e foi exatamente lá que nos encontramos. Havia diante de nós a porta, a rua. Chovia a cântaros. Era preciso ter cuidado. A água escorria e podia molhar tudo. Era preciso ter mãos e pés sob controle. Traí-me pelo olhar e nele me entreguei a você. Eu? Quem olhou antes? Quem foi em direção a quem no beijo primeiro? Não, ninguém sorriu pela primeira vez. Sorrimos juntos.
Você veio do nada e foi exatamente lá que nos encontramos. Havia diante de nós a porta, a rua. Chovia a cântaros. Era preciso ter cuidado. A água escorria e podia molhar tudo. Era preciso ter mãos e pés sob controle. Traí-me pelo olhar e nele me entreguei a você. Eu? Quem olhou antes? Quem foi em direção a quem no beijo primeiro? Não, ninguém sorriu pela primeira vez. Sorrimos juntos.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
dias
Sem tempo para escrever. O diário também permanece em branco. Em quase dois anos, acumulei só umas dezenas de páginas. Todas tão iguais. E ao relê-las me confronto sempre com um certo fastio, um cansaço da minha repetição, da minha constante falta de preparo para a vida.
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