segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

melado

Senhores, uma singela mensagem para o ano que se inicia: quem não gostar de pimentões, que não coma ratatouille.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

o gosto

O bolo de nozes, o recheio de baba de moça, os fios de ovos caídos. De uma doçura sem limites, inesgotável, inextinguível. E, desde aquele alumbramento, vivo a tentar resgatar essa torta do passado, a encontrá-la em outra receita, a revivê-la, mas é vã minha procura. Porque nada jamais teve o sabor daquela sobremesa de Natal. Talvez, porque eu não use mais a mesma saia rodada vermelha e não acredite mais no gosto das descobertas. Natal de 1991.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

doçura

Falar mal de Natal é como surrar cachorro morto. Incontáveis são os seus detratores, especialistas em maldizer a ceia e as reuniões familiares ou ávidos por apregoar a sua falta de fé, o que retiraria qualquer significado dos festejos natalinos.
Pois lhes digo que nem o ateísmo, a inexistência de parentes ou a ojeriza a perus, panetones e congêneres me fizeram menos entusiasta da festa do dia 24. No réveillon, eu amargarei o ano que deu errado, e vislumbrarei o outro em que, inevitavelmente, fracassarei também. Até lá, porém, contento-me em gastar todos os pensamentos em elucubrações açucaradas. Em doces de jaca, de figo caramelado, de bananas douradas flutuando em calda. Em delírios com tortas de nozes e baba-de-moça. Em devaneios com rabanadas ou fatias paridas, como gostam de chamar alguns. E não é mesmo um nome lindo? Fatias paridas.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

em trânsito

O amor é longe.

domingo, 13 de dezembro de 2009

presente

Por ele eu sorria. Não importa o tempo, quanto tempo. Passei horas na loja escolhendo um presente, descobri um telefone cor-de-rosa, uma geladeira que abre com os pés, uma sombrinha de antigamente, daquelas para se passear ao sol. E mesmo querendo fugir, eu sorrio. Porque ele existe. E eu também.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

açúcar

Para marcar a data, comprei-me o mais lindo par de sapatos _ altos, vermelhos, com um ar antigo. Ele ficaria orgulhoso, pensei, enquanto caminhava cambaleante.