sábado, 6 de dezembro de 2008

ouvindo carlos gardel

Ao entramos no quarto do hotel, fez-me profundamente infeliz a parede que dava para a janela. Não importava mais a sua presença, a vertigem da véspera, a expectativa da vida inteira pela frente. Era só na parede que eu pensava, na parede a encobrir a paisagem, a fazer o quarto triste, cinza. A encher de nódoas a história sonhada e ensaiada tantas e tantas vezes ao longo dos anos. Descobri ali como detalhes fúteis, infinitamente fúteis e ínfimos, são capazes de arruinar minha frágil felicidade.

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