terça-feira, 13 de setembro de 2011

teoria do drama burguês

Escapa-se do vício. O que não quer dizer que o vício escape da gente. Basta um estalo, e eis o silêncio tornado em tempo de reverência. As palavras viram só ensaios do que não se pôde dizer. Os gestos, as mãos, a pele: é tudo um remendo inútil do que não é mais. Um afeto torto, uma febre morna, um pedaço de carne que definha devagar.

Um comentário:

Guilherme disse...

"Há anos, em um concurso de dança em Jerez de la Frontera, entregou-se o prêmio a uma velha de oitenta anos contra formosas mulheres e rapazes com a cintura de água, apenas pelo fato de levantar os braços, erguer a cabeça e dar um golpe com o pé sobre um pequeno tablado; mas, na reunião de musas e de anjos que lá havia, beleza de forma e beleza de sorriso, tinha que ganhar e ganhou aquele duende moribundo que arrastava pelo chão suas asas de punhais oxidados." (Lorca)