Há uma foto da Clarice logo na entrada do elevador. Quase de perfil, envolta em certa fumaça, uma névoa, uma luz branca que toma o fundo.
Ao longo do corredor, surgem umas tantas outras imagens. Do Nelson com um semblante de "não me fotografem", do Volpi andando por uma calçada mal-cuidada no Cambuci (será que o bairro é esse mesmo?), de tantos outros e de tantas outras coisas. Registros de enchentes e de copas do mundo. A primeira faixa de pedestres da cidade, ali no viaduto do Chá. Mas, fico sempre com o tal retrato da Clarice. Mesmo sendo em preto e branco, sempre imagino um batom vermelho, vermelhíssimo. E as mãos que não aparecem, é como se eu pudesse vê-las apoiadas sobre o colo, sobre as pernas cruzadas.
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Um comentário:
Muy bien. Me encantam tus palabras! Besos!
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