Falar mal de Natal é como surrar cachorro morto. Incontáveis são os seus detratores, especialistas em maldizer a ceia e as reuniões familiares ou ávidos por apregoar a sua falta de fé, o que retiraria qualquer significado dos festejos natalinos.
Pois lhes digo que nem o ateísmo, a inexistência de parentes ou a ojeriza a perus, panetones e congêneres me fizeram menos entusiasta da festa do dia 24. No réveillon, eu amargarei o ano que deu errado, e vislumbrarei o outro em que, inevitavelmente, fracassarei também. Até lá, porém, contento-me em gastar todos os pensamentos em elucubrações açucaradas. Em doces de jaca, de figo caramelado, de bananas douradas flutuando em calda. Em delírios com tortas de nozes e baba-de-moça. Em devaneios com rabanadas ou fatias paridas, como gostam de chamar alguns. E não é mesmo um nome lindo? Fatias paridas.
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Um comentário:
Hoje, em Lisboa, comi uma fatia dourada.
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