Há meios de se dissimular uma separação, de se lhe acostumar com a idéia, de a ir gastando aos poucos. Revestindo-a de certeza, dando-lhe data, cobrindo-a de vaivéns e preparativos. É possível ir gastando-a para que não sobre inteira, para que não a possamos ter ali, concentrada em um momento único e irreparável.
Mas parece de pouca valia a estratégia. Ainda assim, ainda que gasta e certa, a perda é sempre perda. Ainda que passageira, sempre irremediável, sempre sem retorno. As despedidas, mesmo as esperadas, restarão para sempre como despedidas. O que tínhamos e deixamos de ter. Ainda que tenha sido por tempo breve, e dali a anos, nada nos diga, assim o teremos na memória, assim o guardaremos_como perda.
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2 comentários:
me conta?
(obrigada, querida. mesmo que não tenha sido de propósito, foi pra mim! :) )
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