Não somos bons de despedidas
Passeamos lado a lado, os ombros tocando-se.
Já está começando a escurecer.
Estás pensativo, eu não digo nada.
Entramos nesta igreja para ver
alguém está sendo enterrado, batizado, se casando,
depois vamos embora, sem olhar um para o outro.
Por que é que para nós nada dá certo?
Vamos sentar na neve pisoteada
do cemitério, suspirando de leve.
Com a ponta da bengala, traçarás palácios
em que viveremos felizes para sempre
Anna Akhmátova
São Petersburgo, 1917
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Um comentário:
Queria mandar esse poema prum destinatário que não o entenderia, no qual não doeria nada, nada.
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