domingo, 5 de julho de 2009

aqueles dois

Não somos bons de despedidas
Passeamos lado a lado, os ombros tocando-se.
Já está começando a escurecer.
Estás pensativo, eu não digo nada.

Entramos nesta igreja para ver
alguém está sendo enterrado, batizado, se casando,
depois vamos embora, sem olhar um para o outro.
Por que é que para nós nada dá certo?

Vamos sentar na neve pisoteada
do cemitério, suspirando de leve.
Com a ponta da bengala, traçarás palácios
em que viveremos felizes para sempre

Anna Akhmátova
São Petersburgo, 1917

Um comentário:

I'm not interesting disse...

Queria mandar esse poema prum destinatário que não o entenderia, no qual não doeria nada, nada.