domingo, 5 de julho de 2009

segunda-feira ao sol

E eu precisava do cinza para compor a paisagem.
Vesti a roupa escolhida na véspera. Levantei depois de horas sem dormir, depois de tranquilizantes, cartas sem sentido e canções que me fizessem chorar. Pensei em flores, em margaridas. No vestido que usava quando passeamos na praça. Devaneios com mármores, com escadarias funestas, com véus. E a certeza da tempestade lá fora, da água, do assovio do vento.
Mas, aberta a cortina, revelou-se um mar esverdeado. Seguro de sua beleza, intacto. Pessoas caminhavam ao sol. Inconvenientes. Um dia inteiro que despertara alheio, e me abandonava ainda mais só com meu espanto.

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