Tanto tempo e ainda não me acostumei com os aniversários. É sempre aquela falta de jeito, um certo acanhamento, um medo de ter que repetir palavras que não significam nada. São elucubrações adolescentes e tolas, eu sei. Qual o grande problema afinal de dizer "feliz aniversário"?
Mas o fato é que sou incapaz. Confesso. Eu tento, ensaio diante do espelho... mas essa história de parabéns soa inevitavelmente ridícula na minha boca. Tem gente que não revela a idade. Há quem não consiga fazer declarações de amor. Esta pobre escriba proletária tem fobia absoluta das frases feitas da tal data querida.
Em abril liguei para o Chico. Falamos da vida, da idade, do tempo. Fizemos pilhéria da velhice. E desligamos sem as palavras fatídicas. Sei que ele entendeu. Sei que ele também não consegue. Alguma incapacidade herdada geneticamente.
De qualquer maneira, hoje à noite (no meu aniversário preferido entre todos os aniversários) irei recriminar os convivas silenciosamente durante os festejos. Porque essa gente não aprende que é "parabéns a você" e não "para você". E também não tem essa história de muitas felicidades... É no singular. Porque uma só já é bem difícil arrumar.
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